domingo, 8 de agosto de 2010

Cora Coralina , Orgulho de nossa cidade









BIOGRAFIA

• Aninha

Ana Lins dos Guimarães Peixoto nasceu em 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacita Luiza do Couto Brandão. Cora, ou Aninha (apelido para seu nome de batismo), estudou apenas até a terceira série primária. Aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. A poetisa apareceu no cenário literário local na adolescência, quando participou, com outras escritoras locais, da elaboração do jornalA Rosa, em 1907. Em 1910, aos 21 anos de idade, escreveu o conto Tragédia na Roça, que foi publicado no Anuário Geográfico e Histórico, assim, tornou-se conhecida por vários críticos da época pelo pseudônimo Cora Coralina que passou a fazer uso neste meio.É dessa primeira fase de sua vida que Cora extraiu as memórias que compõem a maior parte de seus poemas. É como Aninha que Cora se auto-nomeia e é através de seus olhos inquietos de criança que surgiria um futuro olhar poético.

• Cora Bretas

Em 1910 Cora se casa com Cantídio Bretas. Em 1911, parte, já grávida de sua primeira filha, para São Paulo. Nessa fase de sua vida, Cora assume o papel de mãe e dona de casa, entrando em uma nova etapa de sua vida. Cora teve 6 filhos e ficou 45 anos morando no estado de São Paulo. Cantídio faleceu em 1934. Já viúva, aos 67 anos de idade, voltou à sua cidade natal.

Cora Coralina morou nas cidades de Jaboticabal, São Paulo, Penápolis, Andradina. Nunca voltou a Goiás durante esse tempo. Em Jaboticabal , Cora Coralina trabalhou, com sucesso, comercializando flores (principalmente rosas); também participou da criação da Assistência Beneficente Social de Jaboticabal, fundada pela Associação das Damas de Caridade; em São Paulo, abriu uma pensão – considerando que ela cozinhava bem e tinha contatos na cidade; em Penápolis, se envolveu com a venda de vários tipos de mudas de árvores, o que contribuiu para campanhas pró-arborização nas cidades vizinhas, e com comércio de tecidos e aviamentos. Ainda em Penápolis, sua vida foi ligada ao Santuário São Francisco de Assis, onde ela se sentiu plenamente integrada aos valores franciscanos; em Andradina ficou conhecida por todos devido a sua ligação com a terra. Dona de um sítio conhecido como Casinha Branca em Castilho (um pequeno vilarejo ao lado de Andradina), ela fez um bonito nome de chacareira, vendendo verduras, legumes e lingüiça de porco feita e temperada por ela mesma.

• Cora Coralina

Sua poesia tornou-se conhecida e valorizada, nacionalmente, principalmente depois de publicados os dizeres de dois escritores sobre sua pessoa: Osvaldino Marques - escritor maranhense, que escreveu o artigo ‘Cora Coralina, professora de existência’, na década de 70, e Carlos Drummond de Andrade, que na década de 80, lançou a famosa mensagem pública declarando ser ela a pessoa mais importante de Goiás. É nesse momento que Cora Coralina surge como escritora.

Seu primeiro livro só foi publicado em 1965, aos 76 anos. É uma história de vida contada na perspectiva de uma mulher que, só no fim da vida, encontrou na poesia o devido espaço para expressar, com singularidade, suas percepções sobre o tempo em que viveu. Ela se mostra, principalmente neste momento de sua vida, uma mulher independente nas idéias e atitudes.

Cora Coralina faleceu em 10 de abril de 1985, em Goiânia, tendo sido o seu corpo levado para Goiás, onde se encontra no Cemitério São Miguel. Sua poesia permanece mais viva do que nunca, na memória de muitos que admiram a sua história.

Quando eu morrer, não morrerei de tudo.
Estarei sempre nas páginas deste livro, criação mais viva
Da minha vida interior em parto solitário.

(Vintém de cobre ‘Meias Confissões de Aninha’
, p.52, 8°ed., 1996)