• Aninha Ana Lins dos Guimarães Peixoto nasceu em 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacita Luiza do Couto Brandão. Cora, ou Aninha (apelido para seu nome de batismo), estudou apenas até a terceira série primária. Aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. A poetisa apareceu no cenário literário local na adolescência, quando participou, com outras escritoras locais, da elaboração do jornalA Rosa, em 1907. Em 1910, aos 21 anos de idade, escreveu o conto Tragédia na Roça, que foi publicado no Anuário Geográfico e Histórico, assim, tornou-se conhecida por vários críticos da época pelo pseudônimo Cora Coralina que passou a fazer uso neste meio.É dessa primeira fase de sua vida que Cora extraiu as memórias que compõem a maior parte de seus poemas. É como Aninha que Cora se auto-nomeia e é através de seus olhos inquietos de criança que surgiria um futuro olhar poético. • Cora Bretas Em 1910 Cora se casa com Cantídio Bretas. Em 1911, parte, já grávida de sua primeira filha, para São Paulo. Nessa fase de sua vida, Cora assume o papel de mãe e dona de casa, entrando em uma nova etapa de sua vida. Cora teve 6 filhos e ficou 45 anos morando no estado de São Paulo. Cantídio faleceu em 1934. Já viúva, aos 67 anos de idade, voltou à sua cidade natal. Cora Coralina morou nas cidades de Jaboticabal, São Paulo, Penápolis, Andradina. Nunca voltou a Goiás durante esse tempo. Em Jaboticabal , Cora Coralina trabalhou, com sucesso, comercializando flores (principalmente rosas); também participou da criação da Assistência Beneficente Social de Jaboticabal, fundada pela Associação das Damas de Caridade; em São Paulo, abriu uma pensão – considerando que ela cozinhava bem e tinha contatos na cidade; em Penápolis, se envolveu com a venda de vários tipos de mudas de árvores, o que contribuiu para campanhas pró-arborização nas cidades vizinhas, e com comércio de tecidos e aviamentos. Ainda em Penápolis, sua vida foi ligada ao Santuário São Francisco de Assis, onde ela se sentiu plenamente integrada aos valores franciscanos; em Andradina ficou conhecida por todos devido a sua ligação com a terra. Dona de um sítio conhecido como Casinha Branca em Castilho (um pequeno vilarejo ao lado de Andradina), ela fez um bonito nome de chacareira, vendendo verduras, legumes e lingüiça de porco feita e temperada por ela mesma. • Cora Coralina Sua poesia tornou-se conhecida e valorizada, nacionalmente, principalmente depois de publicados os dizeres de dois escritores sobre sua pessoa: Osvaldino Marques - escritor maranhense, que escreveu o artigo ‘Cora Coralina, professora de existência’, na década de 70, e Carlos Drummond de Andrade, que na década de 80, lançou a famosa mensagem pública declarando ser ela a pessoa mais importante de Goiás. É nesse momento que Cora Coralina surge como escritora. Seu primeiro livro só foi publicado em 1965, aos 76 anos. É uma história de vida contada na perspectiva de uma mulher que, só no fim da vida, encontrou na poesia o devido espaço para expressar, com singularidade, suas percepções sobre o tempo em que viveu. Ela se mostra, principalmente neste momento de sua vida, uma mulher independente nas idéias e atitudes. Cora Coralina faleceu em 10 de abril de 1985, em Goiânia, tendo sido o seu corpo levado para Goiás, onde se encontra no Cemitério São Miguel. Sua poesia permanece mais viva do que nunca, na memória de muitos que admiram a sua história. Quando eu morrer, não morrerei de tudo.
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domingo, 8 de agosto de 2010
Cora Coralina , Orgulho de nossa cidade
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