domingo, 2 de setembro de 2012

Patrimônio Cultural do Brasil


Patrimônio Cultural do Brasil

Ministra Ana de Hollanda entrega certificados a 300 representantes do Bumba-meu-boi maranhense
Ministra Ana de Hollanda entrega título para Humberto Barbosa Mendes (Bumba-meu-boi de Maracanã)
“Sem dúvida, devo agradecer a São João, São Pedro e São Marçal pela graça de ter tido a oportunidade de participar desses dois momentos e fazer parte da história do Bumba-meu-boi do Maranhão.”  Assim se pronunciou a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, quando entregou o título de Patrimônio Cultural do Brasil aos grupos de Bumba-meu-boi daquele estado, nesta quinta-feira (30).
A cerimônia realizada no Palácio dos Leões, em São Luís, foi marcada por homenagens e pelo reconhecimento da manifestação cultural como patrimônio dos brasileiros. Os boieiros foram saudados pela governadora do estado, Roseana Sarney, e pelo presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida.
A certificação do Bumba-meu-boi do Maranhão é mais uma homenagem aos 400 anos da cidade de São Luís. O registro do Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil, no Livro das Celebrações, foi concedido à expressão maranhense há um ano, aprovado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan. Cerca de 300 representantes das 549 manifestações de Bumba–meu-boi do Maranhão receberam a titulação.
Segundo o presidente do Iphan, foi preciso montar uma estrutura para colocar em prática a preservação da manifestação folclórica no estado. “É um orgulho para o Governo Federal poder certificar esta manifestação que não é celebrada em nenhum lugar do mundo como no Maranhão e, neste acúmulo de tempo, ela foi preservada, e vamos cuidar mais ainda”, destacou Luiz Fernando.
Representantes do Bumba-meu-boi que receberam certificados
O Boi maranhense é uma celebração que mobiliza um grande número de pessoas por pelo menos seis meses no ano. Em seu discurso, a ministra Ana de Hollanda exaltou o manifesto lúdico. “Como brasileira quero externar minha alegria em poder compartilhar esse bem cultural magnífico. O Boi é o elo que une o plano material ao plano sagrado. Agora também o elo que me liga a todos os maranhenses, porque me sinto parte dessa imensa comunidade boieira”, revelou sob aplausos.
Para a governadora Roseana Sarney essa é a prova da força da cultura do estado. “É com muita alegria que o Maranhão recebe, através do Bumba-meu-boi, um título dessa importância. A próxima meta é manter viva a essência da brincadeira nos corações de todos os maranhenses”, afirmou.
O Boi
O Bumba-meu-boi é a mais importante manifestação folclórica do Maranhão. Suas raízes são negras, indígenas e europeias. A brincadeira gira em torno de um auto, história encenada com muito humor pelos componentes, contando a história de Pai Francisco e Catirina. Ela, grávida, deseja comer a língua do boi Mimoso, o mais querido do patrão. Ele, para satisfazê-la, acaba cedendo, e mata o novilho. O crime é descoberto, Pai Francisco é preso e, em seguida, perdoado, quando o boi ressuscita, graças ao socorro de feiticeiros.
Aspectos interessantes do boi, os sotaques e os ritmos
Sotaque da Ilha – Ocorre em toda a ilha de São Luís, predominam as matracas e padeirões. Boi da Maioba, Maracanã e Ribamar são alguns dos mais fortes representantes, chamados “batalhões pesados”.
Sotaque de Pindaré – Ocorre na região do vale do Pindaré, nos municípios de Viana, São João Batista e Pindaré. Também usa pandeiros (menores que os utilizados pelos bois da ilha) e matracas, seu ritmo é mais lento.
Sotaque de Zabumba – O nome decorre das zabumbas (tambores), que são utilizados na brincadeira. Para alguns pesquisadores é o mais original de todos os bois. Se destacam nesse grupo o Boi de Lauro, Boi de Leonardo e Boi de Antero.
Boi de Orquestra – Usa instrumentos de sopro como saxofones, clarinetas, flautas e banjos. Valorizam as coreografias. Os bois de Axixá, Morros e Rosário são os que melhor representam este sotaque.
Leia o discurso da ministra aqui.
(Texto: Pablo Rodrigo)
(Fotos: Benedito Morais)
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